No meio da briga

Ministro neozelandês vai à campo e inicia a briga entre escolas públicas e Microsoft. No meio da pancadaria, cem milhões de dólares em gastos com licenças, software livre, Mac’s, egos feridos e claro, os kiwi’s de todo o país.

A edição de 30/05 do jornal New Zealand Herald traz uma reportagem intitulada “Pupilos sofrem na briga de computadores das escolas” (Pupils suffer in schools computer row) na qual o Ministro da Educação neozelandêz, Steve Maharey, indica que os MS-Office de vinte e cinco mil computadores Macintosh das escolas do país sejam desinstalados e trocados por uma versão livre da suíte de escritório, no caso, o NeoOffice.

A briga que promete muitos rounds vem do argumento que somente nos últimos dez anos, o ministério da educação deixou nas mãos da companhia norte-americana “somente” cem milhões de dólares em licenças de Office e que, para a renovação das mesmas, a Microsoft estaria insistindo na cobrança pelo licenciamento de TODOS os pacotes, mesmo aqueles que não seriam mais usados, fosse por obsolência do equipamento ou ainda por migração de plataforma e/ou hardware, gerando um gasto adicional ao ministério de NZ$ 2.7 milhões (cerca de 4 milhões de reais).

Obviamente que diante do anúncio oficial do ministro a Microsoft colocou seu time em campo para apagar o incêndio, reduzindo o preço de suas licenças abaixo da tabela para que as escolas afetadas (cerca de 30%) possam adquirir o produto diretamente do fabricante.

Entretanto o que mais chama a atenção na reportagem é que, tal lá quanto no Brasil, existem pessoas com língua grande e pouco conhecimento de causa. Neste caso, o presidente da Associação das Escolas Primárias de Auckland, Julien Le Sueur, diz que o NeoOffice é um produto “cheio de problemas” e que o “website oficial avisa aos usuários que possivelmente irão encontrar vários bug’s no aplicativo”, numa típica apresentação de ignorância informática e chutes contra o patrimônio pois, que eu saiba, todo o software tem bug’s, inclusive aquele que está sendo defendido.

Vale a pena ler a reportagem que pode ser encontrada clicando-se aqui. Certamente ainda serão vários rounds atrás das notas plastificadas da Nova Zelândia e das mentes dos pequenos kiwi’s.

Kiwi = Nome típico usado para designar um neozelandêz