CMS’s livres nas campanhas políticas

Triade de CMSEste ano acontece mais uma eleição presidencial nos Estados Unidos e, no Brasil, as eleições municipais para a escolha de prefeitos e vereadores. Tanto lá quanto cá, guardadas as devidas comparações, o uso de softwares open source comanda o contéudo apresentado pelos candidatos por meio de suas plataformas eletrônicas em detrimento as tecnologias proprietárias.

Longe de somente ser uma questão ideológica (já que a ideologia de políticos em ambos os hemisférios são questionáveis), a utilização de Drupal, Joomla! e WordPress é sem dúvida um marco importante para o modelo de software livre. Como é sabido que estes sites demandam um alto desempenho e uma boa quantidade de funcionalidades para atrair o eleitorado, principalmente o mais indeciso na hora de colocar seu voto dentro da urna (ou ainda apertar botões), a chancela de heavy-users como estes faz com que o marketing gratuito gerado em torno do modelo seja o melhor possível, inclusive para contradizer famosas frases como que “o software livre é coisa de comunista”.

Tecnologias envolvidas

Com o crescimento do acesso à Internet e seu uso como ferramenta de tomada de decisão seja para o que for, é correto pensar na necessidade de um website decente não somente em seu visual (que conta muito, com certeza), mas também em suas funcionalidades, integração e principalmente facilidade de acesso. Longe de serem somente websites comuns, considerações relacionadas a performance e escalabilidade devem nortear qualquer projeto que se tenha em mente para a demanda política, independente do CMS escolhido.

Esta preocupação deve ir além da ferramenta, mas chegar ao datacenter e toda parafernália de hardware e rede que compõe o conjunto. Ter um bom website com uma ferramenta eficiente dentro de um datacenter “meia boca” é tão eficiente quanto ter uma Ferrari para andar no meio de um pântano. E não só de servidores falo, mas também de gargalos de rede que podem comprometer a boa navegabilidade do produto final. Com um imenso conjunto de conteúdo em formato de vídeo e áudio, uma rede lenta ou ineficiente pode gerar desconforto no internauta e porque não, até a mudança de seu voto por causa da frustração experimentada.

Além destes pontos, a plataforma mobile não pode em nenhum momento ser descartada mesmo com o custo astronômico de acesso à web por meio de smartphones e tablets. Pouco a pouco esta modalidade vai se tornando a principal forma de acesso à informações na Internet e deve ser tratada com respeito, ainda mais que aqueles que a usam normalmente possuem um poder aquisitivo maior e consequentemente podem trazer mais votos e mais dividendos para a campanha.

Existe melhor?

Decerto é uma pergunta que tanto os desenvolvedores quanto candidatos e profissionais das equipes de TI envolvidas nas campanhas políticas fazem. E a resposta varia de acordo com o que é necessário em cada uma das plataformas e também o que se espera de resultado final. Nos EUA, para a campanha republicana de 2012, quatro dos oito candidatos usam WordPress e outros três, Drupal.

Indo mais a fundo nesta questão, Robert Accenttura,web developer e contribuidor do projeto Mozilla publicou há algum tempo uma interessante pesquisa sobre as plataformas de software utilizadas pelos candidatos as eleições americanas de 2012, levantando dados que podem ajudar qualquer um que esteja envolvido no processo de escolha da ferramenta para uso numa plataforma política neste ano (e também nos outros) aqui no Brasil. Pode parecer estranho mas mesmo existindo uma diferença enorme de como as eleições são realizadas nos EUA (e também no resultado final destas), as demandas para o software são as mesmas nos dois processos. Assim sendo, usar a pesquisa como balizador da escolha é um bom ponto de partida.

Está na hora?

Passou da hora! Bons programadores em todas estas plataformas são escassos no país e esta situação não irá mudar tão cedo. Mas pior que este cenário, um projeto desta monta requer tempo para ser colocado em pleno funcionamento devido a quantidade de variáveis e nuances existentes. Mas como o brasileiro adora os quarenta e cinco do segundo tempo, isso não irá acontecer. Vendo os sites dos possíveis candidados à prefeitura de São Paulo em 2012, nenhum ainda possui absolutamente nada neste sentido, seja por força de lei ou não.

A decisão não é somente da ferramenta que será usada, mas também de todo o ecosistema em volta dela. E quanto mais cedo isso for feito, melhor será para o candidado, seja para o que for.

1 comentário em “CMS’s livres nas campanhas políticas

  1. Ferrari

    E ai bem como você sabe, vai ter neguinho trabalhando 16hrs por dia ganhando uma merreca. Por que alem de trabalhar que nem um cavalo os gerentes de projetos desses politicos acham que é muito pagar 150~200 reais a hora.

Comentários encerrados.